sexta-feira, 29 de maio de 2009

Ganhos



Todos os fenómenos são vacuidade

Não aparecem nem desaparecem, não são impuros nem puros, não crescem nem diminuem.

Na vacuidade não há forma, sensação, percepção, vontade, consciência.

Não há olho, ouvido, nariz, língua, corpo, mente

Não há cor, som, odor, sabor, tato, fenômeno

Não há reino dos sentidos, desde o reino da visão até o reino da mente

Não há elos da existência dependente, desde a ignorância e o fim da ignorância

até à velhice-e-morte e ao fim da velhice-e-morte

Não há as Verdades Nobres sobre o Sofrimento, a Origem, a Cessação, o Caminho

Não há sabedoria nem ganho...

Nenhum ganho



(Sutra do Coração)

quarta-feira, 27 de maio de 2009

Fazer do dois um


Quando fizerdes do dois um
e quando fizerdes o interior como o exterior
o exterior como o interior
o acima como o embaixo
e quando fizerdes do macho e da fêmea uma só coisa
de forma que o macho não seja mais macho nem a fêmea seja mais fêmea
e quando formardes olhos em lugar de um olho
uma mão em lugar de uma mão
um pé em lugar de um pé e uma imagem em lugar de
uma imagem...
então
entrareis no Reino.


(Evangelho Apócrifo segundo S. Tomé)

quinta-feira, 21 de maio de 2009

Ponto de Partida



A lei do mundo é o movimento, a lei do centro é a quietude.

Viver no mundo é movimento, atividade, dança.

Nossa vida é um dançar constante ao redor do centro, um incessante circundar o Uno invisível ao qual nós – tal como o círculo – devemos a nossa existência.

Viemos do ponto central – ainda que não o possamos perceber – e temos saudades dele.

O círculo não pode esquecer sua origem – também sentimos saudades do paraíso.

Fazemos tudo o que fazemos porque estamos à procura do centro, do nosso centro, do centro.


(Thorwald Dethlefsen, 1984)